Luiz Aryeh, Leah e Tziona
O Xadrez do Poder: Quem Escreve as Regras?
No grande tabuleiro da história, existem dois tipos de jogadores: aqueles que querem dominar o jogo e reescrever as regras e aqueles que transcendem o jogo e criam um novo campo onde todos podem crescer juntos.
Napoleão Bonaparte e Nelson Mandela são dois exemplos claros desses arquétipos. Um conquistador, que orquestrava cada movimento para que seu exército esmagasse os adversários, redefinindo o mapa da Europa. O outro, um estrategista da paz, que não buscou subjugar inimigos, mas sim dissolver as divisões e transformar o tabuleiro.
A questão fundamental é: estamos jogando para dominar ou para criar algo maior?
Napoleão: O Mestre do Domínio do Tabuleiro

Napoleão não jogava xadrez como um simples competidor. Ele queria ser o tabuleiro. Ele não entrava em batalhas para ver o que acontecia—ele já as tinha vencido antes mesmo de o primeiro tiro ser disparado. Seu segredo? Orquestração total.
Todas as noites, revisava cada detalhe: onde o inimigo estava vulnerável, qual seria seu próximo movimento, como fazê-lo perder antes mesmo de perceber que estava derrotado. Ele não reagia ao jogo, ele impunha sua vontade ao tabuleiro.
Esse é o modelo do domínio do tabuleiro:
- Centralizar o poder e reescrever as regras.
- Desestabilizar adversários e criar dependências estratégicas.
- Utilizar a imprevisibilidade como arma.
- Expandir território e controle, custe o que custar.
O resultado? Uma ascensão meteórica… e uma queda igualmente vertiginosa. Como qualquer império baseado na dominação, seu legado se desfez assim que sua presença se foi.
Mandela: O Estrategista do Oceano Dourado
Mandela não queria apenas vencer. Ele queria dissolver o jogo da rivalidade.
Enquanto Napoleão organizava exércitos para destruir inimigos, Mandela organizava mentes e corações para construir um novo país. Seu plano não era aniquilar o outro lado, mas transcender a disputa e criar um tabuleiro onde todos pudessem prosperar.
Essa é a essência do Oceano Dourado:
- Criar novas oportunidades em vez de disputar recursos escassos.
- Conectar forças opostas para gerar algo maior do que a soma das partes.
- Construir uma sinergia onde a vitória de um não significa a derrota do outro.
- Expandir o jogo em vez de controlar o tabuleiro.
O resultado? Um legado que continua crescendo mesmo após sua morte. Enquanto Napoleão criou um império que colapsou com sua queda, Mandela criou uma nova mentalidade que transcendeu sua própria existência.
O Grande Dilema: Dominar ou Expandir?
O mundo de hoje está diante dessa mesma encruzilhada.
Trump, Putin, Xi Jinping, CEOs de grandes corporações e líderes políticos jogam para dominar o tabuleiro. Suas estratégias seguem a lógica de Napoleão: forçar o adversário à submissão, desestabilizar estruturas para controlá-las, criar um jogo onde só um pode vencer.
Mas há outra via. O caminho do Oceano Dourado, onde não se trata de “ganhar do outro”, mas sim de criar um jogo maior, onde o crescimento é exponencial e inclusivo.
A pergunta não é mais “quem está ganhando?”, mas sim “quem está transformando o jogo para que todos possam vencer?”
O modelo napoleônico é intenso, poderoso, mas efêmero. O modelo de Mandela é mais sutil, exige paciência, mas gera um impacto duradouro e impossível de reverter.
E agora, qual jogo vamos jogar?
- Continuaremos tentando dominar o tabuleiro e inevitavelmente desmoronar com ele?
- Ou criaremos o Oceano Dourado, onde não há tabuleiro fixo, mas um espaço infinito de crescimento e prosperidade para todos?
O tempo de escolher está agora.